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domingo, 9 de setembro de 2012

Comparação com outras ciências sociais

No começo do século XX, sociólogos e antropólogos que conduziam estudos sobre sociedades não-industrializadas ofereceram contribuições à antropologia. Deve ser notado, entretanto, que mesmo a antropologia faz pesquisa em sociedades industrializadas; a diferença entre sociologia e antropologia tem mais a ver com os problemas teóricos colocados e os métodos de pesquisa do que com os objetos de estudo.
Quanto à  psicologia social, além de se interessar mais pelos comportamentos do que pelas estruturas sociais, ela se preocupa também com as motivações exteriores que levam o indivíduo a agir de uma forma ou de outra. Já o enfoque da sociologia é na ação dos grupos, na ação geral.
Já a economia diferencia-se da sociologia por estudar apenas um aspecto das relações sociais, aquele que se refere à produção e troca de mercadorias. Nesse aspecto, como mostrado por Karl Marx e outros, a pesquisa em economia é frequentemente influenciada por teorias sociológicas. Marx pode ser melhor caracterizado como sociólogo por ter compreendido o capital como uma relação social entre detentores dos meios de produção e aqueles que vendem sua força de trabalho, portanto indo além de uma explicação de cunho econômico.
Por fim, a filosofia social intenta criar uma teoria ou "teorias" da sociedade, objetivando explicar as variâncias no comportamento social em suas ordens moral, estética e histórica. Esforços nesse sentido são visíveis nas obras de modernos teóricos sociais, reunindo um arcabouço de conhecimento que entrelaça a filosofia hegeliana, kantiana, a teoria social de Marx e, ao mesmo tempo, Max Weber, utilizando-se dos valores morais e políticos do Iluminismo liberal mesclados com os ideais socialistas. À primeira vista, talvez, seja complexo apreender tal abordagem. Entretanto, as obras de Max Horkheimer, Theodor Adorno, jürgen Habermas, entre outros, representam uma das mais profícuas vertentes da filosofia social, representada por aquilo que ficou conhecido como Teoria crítica ou, como mais popularmente se diz, Escola de Frankfurt. Na década de 1950, na Inglaterra, uma vertente culturalizada do marxismo emerge criando a vertente conhecida como studos sociais. Sociólogos como Raymond Williams, E. P. Thompson e Richard Hoggart buscam criar conhecimento a partir da experiência das classes populares, o que impulsionaria estudos sobre as classes subalternas ao invés das tradicionais pesquisas sobre os processos econômicos e políticos hegemônicos. Com a ascensão de Stuart Hall à direção do Centro de Estudos da Cultura Contemporânea de Birgmingham ganham forca as discussões sobre a experiência da colonização e de como as culturas europeias, particularmente a britânica, haviam sido construídas a partir da invenção de um Outro, o mundo colonizado não-Ocidental. Desdobramentos nesta perspectiva gerariam clássicos como "Orientalismo" do pesquisador palestino-americano Edward W. Said e uma nova linha de pesquisas hoje conhecida como Estudos Pós-coloniais. A partir da década de 1960, também ganham importância às críticas feministas à teoria social canônica, as quais progressivamente ganham reconhecimento. Desde a década de 1980, o feminismo tem sido incorporado em muitas teorias e pesquisas sociológicas, ainda que as principais reflexões nesta área pertençam a pesquisadoras com origem na filosofia como Judith Butler. No presente, questões de gênero e sexualidade têm se tornado cada vez mais presentes e não apenas como uma área de pesquisa, antes como uma necessária parte de qualquer investigação sociológica. Em especial, cabe sublinhar a crescente importância da Teoria Queer, uma vertente contemporânea do feminismo que conta, além da já citada Butler com autores/as como Eve Kosofsky Sedgwick e Beatriz Preciado.
A sociologia, em vista do tipo de conhecimento que produz, pode servir a diferentes tipos de interesses.
A produção sociológica pode estar voltada para engendrar uma forma de conhecimento comprometida com emancipação humana. Ela pode ser um tipo de conhecimento orientado no sentido de promover um melhor entendimento dos homens acerca de si mesmos, para alcançarem maiores patamares de liberdades políticas e de bem-estar social.
Por outro lado, a sociologia pode ser orientada como uma "ciência da ordem", isto é, seus resultados podem ser utilizados com vistas à melhoria dos mecanismos de dominação por parte do Estado ou de grupos minoritários, sejam eles empresas privadas ou centrais de inteligência, sendo orientada de acordo com o nível de relação sociedade-Estado vigente.
As formas como a sociologia pode ser uma "ciência da ordem" são diversas. Ela pode partir desde a perspectiva do sociólogo individual, submetendo a produção do conhecimento não ao progresso da ciência por si mas da sociedade, assim como aos seus interesses materiais imediatos. Há, porém, o meio indireto, no qual o Estado, como principal ente financiador de pesquisas nas áreas da sociologia escolhe financiar aquelas pesquisas que lhe renderam algum tipo de resultado ou orientação estratégicas claras: pode ser tanto como melhor controlar o fluxo de pessoas dentro de um território, como na orientação de políticas públicas. Nesse sentido, o uso do conhecimento sociológico é potencialmente arriscado, podendo estabelecer mecanismos de dominação e informação salutares ou mesmo servir a finalidades antidemocráticas, autoritárias e arbitrárias.
 fonte: wikipédia

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