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sábado, 13 de outubro de 2012

A COLETA SELETIVA DE LIXO

Autor: Leonel de Souza Neto


Desde os anos 1990, propagou-se no Brasil o modelo de coleta seletiva, desenvolvido através de parcerias entre as prefeituras e os catadores de materiais recicláveis organizados em associações e cooperativas. Tal modelo consolidou-se com base em distintas iniciativas municipais pautadas na inclusão social. Como afirma Jacobi (2006, apud BESSEN, p.2, IV ENCONTRO NACIONAL DA Anppas, 2008): 

Estas iniciativas construíram um caminho inovador de parceria entre o poder público e entidades da sociedade civil articulando três variáveis essenciais para uma política pública; a ambiental, a social e a econômica.

Uma nova concepção de gestão e destinação de resíduos sólidos pressupõe, de um lado, a garantia de educação sócio-ambiental e, de outro, a da mobilização da população. Dessa forma, será viável a sensibilização dos cidadãos e cidadãs no que respeita ao não desperdício de materiais, a descartar seletivamente e a não jogar resíduos nas ruas, córregos, terrenos baldios etc. Esta nova concepção de gestão de resíduos estrutura-se a partir de três eixos principais, a saber: reduzir o lixo, reutilizá-lo e reciclá-lo. (GRINBERG, 2004).

Vale ressaltar que a destinação de materiais recicláveis para aterros sanitários não deve ser prioritária. E é importante lembrar também que, várias modalidades de sistemas de coleta de materiais recicláveis podem ser colocadas em prática, lado a lado à do sistema público de coleta seletiva de caráter associativista com inclusão social. Os grandes geradores como, por exemplo, os supermercados poderiam contratar cooperativas de trabalhadores para coletarem seletivamente seus materiais e, ao mesmo tempo, levar à frente programas de educação socioambiental junto à comunidade.



Segundo Novaes (2009), desde o final de 2009, a cidade de São Paulo está enviando as 13 mil ton diárias de seu lixo domiciliar e comercial para outros municípios, uma vez que a capacidade de seu último aterro sanitário chegou ao fim.

Na cidade de Belo Horizonte, o lixo já está sendo enviado para lugares situados a vários quilômetros de distância, sendo que a cidade do Rio de Janeiro é obrigada a exportar seu lixo para a Baixada Fluminense. A cidade de Curitiba possui apenas um aterro em fase terminal.

Entretanto, há boas novas, pois o ministro do Meio Ambiente, que na época era Carlos Minc, anunciou a criação de um programa de remuneração para os catadores de lixo do país, os quais somavam, aproximadamente, um milhão de trabalhadores. Como explica Novaes (2009):

É graças aos catadores que não temos uma situação ainda mais grave no País, já que são eles que encaminham para a reciclagem em empresas (em usinas públicas a porcentagem é insignificante) cerca de um terço do papel e papelão descartado, uns 20% do vidro, talvez outro tanto de plásticos e a quase totalidade das latas de bebidas. É preciso avançar mais: implantar coleta seletiva em toda parte, encarregar cooperativas de reciclagem de recolher os resíduos já separados, construir usinas de triagem operadas e administradas por elas, onde se pode reciclar cerca de 80% do lixo recolhido – transformando todo o lixo orgânico em composto para uso na jardinagem, contenção de encostas etc.; todo o papel e papelão, em telhas revestidas de betume, capazes de substituir as de amianto com muitas vantagens; transformando todo o plástico PVC em pets (para serem utilizados como matéria-prima) ou em mangueiras pretas; moendo o vidro e vendendo-o a recicladoras, assim como latas de alumínio e outros metais. Por esses caminhos se consegue reduzir para 20% o lixo destinado ao aterro. Gerando trabalho e renda para um contingente hoje sem nenhuma proteção.

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