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sábado, 15 de março de 2014

Gênese das principais fases da historiografia desde a Antiguidade até a atualidade com ênfase nos aspectos principais dos estudos historiográficos das gerações de historiadores dos Annales.


Gênese das principais fases da historiografia desde a Antiguidade até a atualidade com ênfase nos aspectos principais dos estudos historiográficos das gerações de historiadores dos Annales.


Por: Karen Alessandra Hüsemann ( Licenciando em História pelo Centro Universitário Claretiano)

A historiografia se divide em três fases distintas, a Pré- Científica, a Transição e a Científica.

A fase Pré-Científica compreende as historiografias Grega, Romana, Cristã Medieval e renascentista. É com os gregos e especificamente com Heródoto que pela primeira vez uma investigação do passado, afasta o aspecto mitológico. Uma historiografia focada nas “coisas humanas” em detrimento das “coisas divinas”. 

Heródoto num pensamento nada comum para os gregos procura estabelecer os motivos que determinam os fatos históricos. Os romanos por sua vez num sentido de espírito nacionalista. Passando a historiografia greco-romana a assumir uma visão universalista.

O Teocentrismo volta em cena com a Idade Média, retrocesso que remete a preocupação do historiador em justificar a história na vinda do filho de Deus ao Mundo e com isso a analisar as repercussões do advento.

Com o movimento Renascentista o Antropocentrismo retorna e ressurge a herança cultural clássica, desenvolvendo a Epigrafia, a Arqueologia, etc. que irão auxiliar o estudo da História.

Inicia-se então, a fase de transição que se caracteriza por grandes filósofos como: Voltaire, Montesquieu e Jean Jacques Rosseau que estão para lançar as bases filosóficas do novo mundo. Inicia-se o estudo das sociedades em detrimento de grandes personalidades numa historiografia Racionalista ou Iluminista.

O Liberalismo e Romantismo entram em cena debruçando-se sobre o Homem, a sociedade e os municípios. Nessa fase a subjetividade acompanha as narrativas históricas e tem grande simpatia pela Idade Média. Também se amplia a divulgação cultural aumentando o público e diversificando os historiadores que, neste momento já seriam em alguns casos, jornalistas.

Auguste Comte lança as bases do Positivismo, onde o papel do historiador passa a ser a pesquisa dos fatos. Sua narrativa torna-se tanto impessoal quanto possível contrariando a subjetividade Romântica. 

Onde estamos¿ Iniciando a terceira fase da historiografia, a Científica. 

Movimento Historicista - O positivismo de Comte não poderia ser, segundo historiadores, totalmente aplicável às ciências humanas, porém a abordagem dos fenômenos e das culturas humanas passa a ter grande atenção em sua subjetividade e interpretação ainda que se aproveitasse muito do método positivo. A História deveria ser redescoberta e não somente interpretada. 

Ranke inicia um novo processo quando dá a importância aos aspectos econômicos da sociedade indicando uma evolução à fase Científica o Materialismo Histórico, que foi inicialmente elaborado por Karl Marx e Engels, quando defendem a luta de classes como constituição da História. As mudanças tecnológicas e modo de produção são os principais fatores de mudança social, política e jurídica na visão do materialismo histórico. 

Por fim, a Escola dos Annales e a Nova História através do marxismo, fundamenta a nova orientação conferida ao processo histórico onde a realidade é o “motor” que condiciona o espírito humano.

A Escola dos Annales incorpora métodos das Ciências Sociais à História, indo além da visão positivista, substituindo o tempo de curta duração pelo de longa duração com o objetivo de se entender a História com mais facilidade.

O estudo das atividades humanas até então eram pouco investigadas, renova-se e abrem-se as portas para ampliar o quadro das pesquisas históricas.

Ao romper com a compartimentação das ciências Sociais, privilegiou os métodos pluridisciplinares.

A Tragetória da Escola dos Annales divide-se em quatro fases:

· Primeira geração - liderada por Marc Bloch e Lucien Febvre

· Segunda geração - dirigida por Fernand Braudel 

· Terceira geração - vários pesquisadores tornaram-se diretores, destacando-se a liderança de Jacques Le Goff e Pierre Nora, além de Phililippe Ariès e Michel Vovelle; na arqueologia, destaca-se Jean-Marie Perez.

· Quarta geração - a partir de 1989.


Primeira geração:

Os fundadores da Escola, Marc Bloch e Lucien Febvre, docentes na Universidade de Estrasburgo foram os inovadores dos Annales que combinaram a Geografia, História e as abordagens sociológicas da Annèe Sociologique. 

Os historiadores dos Annales foram pioneiros no estudo da História de longa duração.



Segunda geração:

Bloch foi morto pela Gestapo e Fernand Braudel é orientado por Georges Duby, tornando-se um dos mais conhecidos dessa Escola, definindo a segunda geração dos Annales.



Terceira geração:

É conduzida por Jacques Le Goff. A terceira geração ficou mais conhecida como a Nova História onde toda atividade humana é considerada história.


Reflexão sobre o significado das mudanças no estudo da História ao longo dos tempos.



O ensino da História ao longo do tempo vem sido influenciado na medida em que se reconhece a necessidade de entender a época em que vivemos através de nossas ações no passado. A multiplicidade de trabalhos e mudanças de paradigmas sociais possibilita o entendimento do estudo da História, para entender-se que coisas antigas não são coisas velhas e sim que estabelece uma relação ampla do passado com o presente.

Se a História é uma ciência em que estudo o homem no tempo, submete-se à mudança de acordo com os fatos de época e necessidade que remete o entendimento posterior ao tempo vivido, pois ninguém consegue entender o tempo presente senão pelo passado. As mudanças ocorridas na historiografia durante todo o tempo vieram para ampliar nossa visão de mundo para podermos entender melhor e nos identificar no contexto nos encontrando de alguma forma na História. Nossas ações estarão sempre em conformidade com um tempo posterior ao que vivemos, pois só descobrimos isso quando há evolução no estudo das ciências humanas.


Em cada época da vida humana existe um propósito diferente a ser estudado e vem a corroborar com a mentalidade posterior a vivida.

Material produzido para atividade de portfólio em Historiografia e Teoria da História - Professora Semíramis Corsi Silva - [ 02/03/2014 - 19:16 (Protocolo: 6768708) ] .

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